terça-feira, 25 de maio de 2010

Escrevo o que vejo

Escrevo o que vejo.

Um homem, uma mulher, uma criança.
Escrevo o que vejo.
Ruas, cidades, prédios altos, lojas, restaurantes. igrejas, pessoas.
Tantas pessoas. Multidões onde nos perdemos para nunca nos encontrarmos. Rostos que não têm rosto, uma massa de gente por entre as ruas molhadas de chuva.
Escrevo o que vejo.
Vejo chuva, tempestades, furacões, vulcões. Desastres, mortes, mais desastres.
Escrevo o que vejo.
Vejo morte, dor, sangue, miséria, solidão.
Vejo vida, alegria, riqueza, amor.
Escrevo o que vejo.
Vejo os teus olhos, o teu corpo, o meu, num abraço que não acaba, num beijo interminável.
Escrevo o que vejo.
Vejo sol, vejo a lua, luz que magoa os meus olhos, sombra que acolhe o meu espírito atormentado.
Vejo música, notas no ar, guitarras, baterias, baixos, pianos.
Vejo rock, jazz, pop, metal.
Escrevo o que vejo.
Poder, criação, destruição, palavras, actos, vejo tudo sem no entanto ver.
Vejo o que vês, o que não vês, vejo o que nem eu consigo ver, vejo tudo e nada.
Escrevo o que vejo.
Pôr-do-Sol, praia, mar, rochas.
Lealdade, traição, força. Fraqueza.
Vejo árvores, ervas, flores, vento.
Escrevo o que vejo.
Cores, sentimentos, paixões, movimento, som, silêncio, o som do silêncio.
Vejo-te a ti, vejo-me a mim, vejo-nos a todos. Todos vemos, todos sabemos.
Mas não sabemos. Porque não são os olhos que vêem.
Mesmo assim...
Escrevo o que vejo.

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